quinta-feira, 29 de agosto de 2013

RESENHA CRÍTICA – CLAUDIO MONTEVERDI



De certa forma, pode-se dizer que Claudio Monteverdi pertenceu tanto ao Período Renascentista, quanto ao Barroco, pois tem existe registro a seu respeito em ambos. Em relação ao período Renascentista, Claudio explorou todas as possibilidades que a liberdade do madrigal ofereceu. Isso tanto na escrita quanto na forma.

Ele realizou seus estudos em sua cidade natal, Cremona. Aos quinze anos já havia publicado um moteto a três vozes, e o primeiro de seus oito livros de madrigais aos dezesseis. Tanto o madrigal quanto o moteto são gêneros polifônicos. Trabalhou como violinista, organista, maestro da corte e mestre de capela. Casou-se com a cantora Claudia Cattaeno em 1595. Revolucionário e sempre a frente de seu tempo, foi ele quem deu o passo decisivo do madrigal para o canto em uníssono, e ao mesmo tempo do canto a capela para o acompanhamento musical.

É considerado o último grande madrigalista, certamente o maior compositor italiano de sua geração, um dos grandes operistas de todos os tempos. Com certeza foi uma das personalidades mais influentes de toda a história da música do ocidente. Lendo sua história, é possível observar que não criou nada novo. No entanto, seu status musical procede, em grande parte, pelo emprego de recursos existentes com uma força e eficiência sem comparações em sua geração, integrando diferentes práticas e estilos em uma obra pessoal, rica, variada e muito expressiva, que continua a ter um apelo direto para o mundo contemporâneo.

Uma de suas óperas, La favola d’Orfeo, contou com ampla participação orquestral, principalmente com instrumentos de cordas. Esta obra, famosa até hoje, é dedicada ao mito de Orfeu, onde Monteverdi mantém o final trágico. Foi pouco depois do sucesso dessa ópera que perdeu sua esposa. Na evolução de seu estilo, nada foi arbitrário ou dispensável. Ao contrário disso, tudo é provado, refletido e válido. Qualquer que seja o tema literário, seus textos apresentavam um papel fundamental, determinando a música. Além das obras de sua juventude, no estilo da renascença e de algumas obras dispersas em coleção, a obra de Monteverdi consiste em três coletâneas fundamentais: Sanctíssima Missa Senis vocibus... ac vesperal plurubus decantadae cum nonnulis sacri concentibus, Selva Morale e Spirituale e Messa a Quatro Voci e Salmi.

Analisando sua produção, entende-se o quanto Claudio Monteverdi foi essencial, não somente em seu tempo, pois sua reputação de compositor europeu mais importante da primeira metade do século XVIII continua até hoje. Ele transmitiu seu legado aos que o sucederam, deixando ferramentas para possibilitar meios de superá-los. Tais meios parecerão por muito tempo inesgotáveis e essenciais.

Monteverdi foi o derradeiro dos grandes compositores polifonistas, mas os seus últimos madrigais tendem para a música dramática do período Barroco. também tornou-se um dos responsáveis pela passagem da tradição polifônica do Renascimento para um estilo mais livre, dramático e dissonante, baseado na monodia e nas convenções do baixo contínuo e da harmonia vertical, características centrais da música dos períodos seguintes, o Maneirismo e o Barroco.

Faleceu em 1643, acometido por uma breve doença diagnosticada como uma “febre maligna”. Recebeu um funeral grandioso na Basílica de São Marcos, com um enorme público Seu corpo foi sepultado na Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari, lugar onde lhe foi erguido um monumento.





REFERÊNCIAS



CANDÉ, Roland de. HISTÓRIA UNIVERSAL DA MÚSICA. 2. Ed. São Paulo, Martins Fonseca: 2001



HELMANN, Monika. UMA HISTÓRIA DA MÚSICA PARA CRIANÇA. UMA FACINANTE VIAGEM NO TEMPO. São Paulo. Martins Martins Fontes: 2001




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