CLAUDE DEBUSSY
Características de sua composição
Tais conceitos foram,
depois, reformulados. Mas, por algum tempo, Debussy foi vítima do equívoco de
ser considerado autor de uma música 'literária' e 'pictórica', por causa de
suas ligações com a poesia simbolista e com o Impressionismo nas artes
plásticas. Sua inovação foi, entretanto, de ordem musical, e é em termos
musicais que a sua obra passou depois a ser compreendida.
Impressionismo
O impressionismo de Debussy residiria no
caráter fluido e vago, de seus sutis joguinhos harmônicos, em que a melodia
parecia dissolver-se. Mas essa fluidez era a aparência, como depois se viu. A
melodia não se dissolveu propriamente, mas libertou-se dos cânones
tradicionais, das repetições e das cadências rítmicas. Debussy não seguiu
também as regras da harmonia clássica: deu uma importância excepcional aos
acordes isolados, aos timbres, às pausas, ao contraste entre os registros.
Trouxe uma nova concepção de construção musical, que se acentuou na sua última
fase. Por isso foi incompreendido. O que não lhe desagradaria, pois ele mesmo
propôs, certa vez, a criação de uma 'sociedade de esoterismo musical'.
Gêneros
A obra de Debussy é
bastante diversificada, do ponto de vista dos gêneros e das formas que
utilizou. Não se pode dizer que tenha sido compositor essencialmente vocal ou
instrumental, sinfônico ou de câmara, pois todas as suas obras, em que pese a
diversidade de meios que utilizou, parecem transmitir a mesma mensagem. A
abertura de um universo sonoro inteiramente novo, em que a sugestão ocupou o
lugar da construção temática e definida. De modo geral, sua obra pode ser
dividida em música para orquestra, música de câmara e para instrumentos solo,
música para piano, canções e música coral, obras cênicas e música incidental.
Música orquestral
A música orquestral
de Debussy é a que corresponde melhor à sua imagem de impressionista. Em 1894,
o "Prelúdio à tarde de um fauno", baseado no poema de Mallarmé,
causou estranheza pela 'ausência de melodia': Debussy lançou na verdade, a
sugestão de um tema melódico, sem desenvolvimento. Os Noturnos (1893-1899), O
mar e Imagens para orquestra (1909) pareciam confirmar a imagem do músico vago,
cujas melodias não tinham contornos definidos e cuja construção harmônica
parecia desarticulada: o tom poético dos títulos confirmaria a imagem de uma
música 'literária'. Mas a poesia estava na música, na liberdade melódica, na
pesquisa dos timbres, numa nova construção harmônica. O efeito disso era uma
nova e estranha sonoridade.
Música de câmara
A música de câmara e
para instrumentos solistas é uma seção reduzida na obra de Debussy. Em 1893
compõe o Quarteto para cordas em sol menor, obra singular cuja construção
difere essencialmente do quarteto clássico beethoveniano. Também as três
sonatas do seu período final foram construídas segundo princípios inteiramente
diversos da sonata clássica vienense, mas por outros motivos. Foram compostas
no período da guerra, e Debussy, nacionalista intransigente, rejeitou os
princípios da sonata clássica vienense para recuperar a forma cíclica da sonata
francesa. As três sonatas (1915-1917), parte de um ciclo que ficou incompleto,
para instrumentos diversos, das quais a mais importante é a Sonata para piano e violino, são obras
avançadas, com asperezas inéditas em sua música anterior. Entre as composições
para instrumento solo destaca-se, em estilo semelhante, Syrinx,
para flauta desacompanhada.
Música para piano
A música pianística é
uma seção importante na obra de Debussy. São conhecidas sobretudo as
coleções Suite Bergamascque,
Estampas (1903), Imagens (1905-1907), Canto das crianças (1906-1908) e os
Estudos (12) I e II (1915). Da Suite Bergamascque aos Estudos a evolução é
marcante: os títulos poéticos desaparecem. Os títulos técnicos dos estudos
(notas repetidas, sonoridades opostas, escalas cromáticas, etc.) apenas revelam
a consciência técnica inovadora que se ocultava atrás de títulos poéticos como
Jardins sob a chuva, Sinos por entre as folhagens, A catedral submersa, YA., em
outros conjuntos (Estampas, Imagens, etc.).
No último período,
não só a música pianística se torna mais abstrata como também mais áspera na
pesquisa de novos timbres. Finalmente, em Seis Epígrafes Antigas e Em
Branco e Negro, ambos de 1915, Debussy retorna às fontes clássicas
francesas, Couperin e Rameau.
Música vocal começou a sua carreira compondo música vocal,
persistindo no gênero até os últimos anos de criatividade. O acervo é grande,
incluindo a musicalização de muitos poetas. Entre as coleções mais célebres
estão os Cinco poemas de Baudelaire (1887-1889), Arietas esquecidas (1888), de
Verlaine, as Canções de Bilitis (1897), de Pierre Louys, e as Três baladas de
François Villon (1913). A técnica melódica de Debussy fundamenta-se na melodia
dos próprios versos, mas, nas baladas de Villon, nota-se a evolução para um
severo despojamento.
Ópera e balé
Em 1902, a estréia da ópera Pelléas et Mélisande, sobre texto de Maeterlinck,
causou estranheza: era quase uma antiópera, que se pretendia anti-wagneriana na
sua extrema contenção de texto declamado. Nela Debussy voltou-se contra toda a
tradição dramática, de Berlioz a Wagner. Anos depois, em 1911, O martírio
de São Sebastião é uma obra cênica ainda mais insólita. Da mesma época
é a música para balé Jeux (1912), obra de surpreendentes
inovações e de grande complexidade harmônica.
Na astronomia
O asteróide 4492 recebeu
o nome de Debussy, em homenagem ao compositor. O nome de Debussy também foi
dado a uma cratera do planeta Mercúrio,
com mais de 80 km de diâmetro. A cratera foi formada possivelmente pela
colisão de um meteoro e é caracterizada por sulcos que, a partir dela, se
estendem por vários quilômetros, o que seria uma metáfora da influência do
músico.
Compositor e músico francês nascido em Saint-Germain-en-Laye,
cuja obra desempenhou o papel de catalisador de movimentos musicais renovadores
e é considerado o grande Impressionista da música. Admitido no Conservatório de
Paris (1873), estudou com professores como Antoine Marmontel, Albert Lavignac,
Emile Durand e Ernest Guiraud. Neste período acompanhou por diversas vezes von
Meck, chegando a visitar Moscou.
No Conservatório foi segundo lugar com a cantata Le gladiateur (1883) e recebeu o grande prêmio de composição de Roma com a cantata L'Enfant prodigue (1884), obtendo uma bolsa, o Prix de Rome, que dava direito a um período de aperfeiçoamento em Roma, na Villa Médicis. Passou dois anos em Roma e voltou à Paris, onde passou a freqüentar a vanguarda literária (1887), inclusive a casa de Mallarmé, foi a Viena e conheceu Brahms. No ano seguinte ouviu Tristão e Isolda, de Wagner, em Bayreuth, o que lhe causou forte impressão. Também ouviu música do Oriente, atração que mais apreciou numa exposição em Paris (1889).
Em Paris casou-se (1899) com Rosalie Lily Texier, de quem depois se separou, para se amasiar (1903) com Emma Bardac, com quem teve uma filha (1905). Foi crítico musical (1901-1903) de duas revistas parisienses: La Revue Blanche e Gil Blas e morreu em Paris. Deixando uma produção musical inovadora e pouco acessível para o grande público, com composições para orquestra, para câmara e para instrumentos solo, música para piano, canções e música coral e obras cênicas. Entre as composições mais popularizadas se encontram La Mer (1905) e o terceiro movimento da Suite bergamasque (1890-1905), noturnos para orquestra e prelúdios para piano.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/
No Conservatório foi segundo lugar com a cantata Le gladiateur (1883) e recebeu o grande prêmio de composição de Roma com a cantata L'Enfant prodigue (1884), obtendo uma bolsa, o Prix de Rome, que dava direito a um período de aperfeiçoamento em Roma, na Villa Médicis. Passou dois anos em Roma e voltou à Paris, onde passou a freqüentar a vanguarda literária (1887), inclusive a casa de Mallarmé, foi a Viena e conheceu Brahms. No ano seguinte ouviu Tristão e Isolda, de Wagner, em Bayreuth, o que lhe causou forte impressão. Também ouviu música do Oriente, atração que mais apreciou numa exposição em Paris (1889).
Em Paris casou-se (1899) com Rosalie Lily Texier, de quem depois se separou, para se amasiar (1903) com Emma Bardac, com quem teve uma filha (1905). Foi crítico musical (1901-1903) de duas revistas parisienses: La Revue Blanche e Gil Blas e morreu em Paris. Deixando uma produção musical inovadora e pouco acessível para o grande público, com composições para orquestra, para câmara e para instrumentos solo, música para piano, canções e música coral e obras cênicas. Entre as composições mais popularizadas se encontram La Mer (1905) e o terceiro movimento da Suite bergamasque (1890-1905), noturnos para orquestra e prelúdios para piano.
Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/
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