A música é decodificada
através de símbolos. Esses têm a função de representar graficamente os sons
musicais que ouvimos. Nela, temos um complexo sistema musical, colocando a nossa
disposição doze sons diferentes. Desses, sete são as notas musicais e cinco os
acidentes, ou seja, sustenidos, que indica meio tom acima de uma nota, e bemol,
meio toma abaixo dela.
Os acidentes foram criados
devido à necessidade de mais aperfeiçoamento tanto na notação quadrada, usada
nos cantos gregorianos, quanto na polifonia, surgindo maior frequência de
alterações na pauta musical. Sendo assim, os sinais que indicam os ajustes, ou
as alterações das notas foram estabelecidos e denominados de acidentes. Eles
têm origem no chamado diabolos in musica,
pois no canto gregoriano, as notas cantadas seguiam padrões chamados de modos: a
maneira de cantar, ou escalas. Ele equivalia a um intervalo de três tons
entre duas notas que desestabilizava o equilíbrio melódico das escalas, sendo considerada
uma dissonância terrível, pois não soando bem aos ouvidos. Dessa forma, ao
canta-se uma escala partindo da nota FÁ, a tendência era corrigir o SI,
baixando-o em meio tom. Então, surge o chamado "B" quadratum, e o rotundum. Este último era a nota SI com ajuste, hoje conhecida como
SI bemol. Com o passar do tempo surgiu à preferência por somente algumas escalas
gregorianas. Essa escala deu origem ao sistema de tonalidades, surgindo assim o
modo maior e menor.
Um dos tópicos de grande importância
dentro de toda a teoria musical é a formação das escalas. Podemos defini-la
como uma série de notas, construídas em posição ascendente ou descendente. Há
diversas escalas musicais, porém, o assunto abordado aqui será as escalas
maiores e menores.
As escalas que
atualmente denominamos como maior e menor, no período da Idade Média e Renascença,
eram apenas dois dos sete modos formados pela escala diatônica, iniciada a cada
uma das sete notas de uma oitava, essa a repetição da primeira, ou seja, uma
oitava acima. No início da música
Barroca, a noção musical de tonalidade estava formada na ideia de uma tríade, e não um tom central de cada modo. As
escalas maiores e menores dominaram a música ocidental até o início do século XX,
parcialmente porque os seus intervalos são perfeitos para reforçar a ideia da
tríade central. Alguns modos da Igreja sobreviveram até o início do Século
XVIII, aparecendo ocasionalmente durante a era
clássica e mais tarde no Jazz e em alguns Rock
progressivos.
Segundo Med 1996, uma escala maior é uma
escala diatônica, que tem dois semitons entre os graus III – IV e VII-I. Entre
os outros graus há um tom. Como todas as escalas musicais, a escala maior
é uma ferramenta, através da qual o musico pode orienta-ser ao criar solos, harmonias
e arranjos, utilizando-a para musicas ou em partes dela, em tonalidades
maiores.
Tocando, ou ouvindo as notas brancas de
um piano, partindo do DÓ central e indo ao DÓ uma oitava acima, formamos uma
escala de DÓ maior. É chamada assim devido à nota musical com a qual se inicia.
A escala maior natural é a mais
simples do ponto de vista da organização das notas, sendo formada apenas por
intervalos maiores ou justos em relação à Tonica. Tomando como exemplo a escala
de DÓ maior, vemos que as sete notas musicais em ordem natural formam a escala
maior natural. Ainda utilizando as teclas de um piano como referência, podemos
observar exatamente onde se encontram os acidentes, ou seja, sustenidos e
bemóis, facilitando dessa forma a escrita da escala. Levando-se em conta que um semitom é o menor
intervalo entre duas notas, e utilizando a escala natural de DÓ a DÓ, teremos a
seguinte formação: T-T-S-T-T-T-S.
A
diferença mais significativa entre uma escala maior e menor é o abaixamento da
terceira nota da escala menor em um semitom. Embora alguns modos gregos
antigos, tais como o modo dório e o frígio possuam terças menores referentes à
tônica, atualmente, os músicos reportam-se a três tipos de escalas menores:
natural, melódica e harmônica.
Em
teoria musical, a escala menor é uma escala diatônica, cujo terceiro grau está
a um intervalo, ou seja, um tom e meio acima da tônica. Lucena, 2011 esclarece
que nomeamos de escalas harmônicas aquelas em que as notas são mais adequadas para
formação de acordes ou harmonias. Ela procede
da escala menor, obtida elevando-se meio tom o sétimo grau.
Dessa forma, é possível constituir-se um intervalo de segunda aumentada
entre o sexto e o sétimo grau da escala, correspondendo a um tom e meio.
Teremos então a seguinte formação: T-S-T-T-S-T+S-T.
A
escala menor natural, também
chamada de primitiva, possui semitons entre os graus II-III, e V-VI. Sendo sua formação:
T-S-T-T-S-T-T. As demais, é uma
ferramenta para o musico se orientar ao criar solos, harmonias e arranjos. aplica-se a músicas ou trechos de musicas em
tonalidades menores. A principal característica que possui é a presença dos
intervalos de terça menor, sexta menor e sétima menor em sua estrutura, em
contraste com os intervalos maiores da escala maior naturais. Isto lhe confere
uma sonoridade peculiar que, dependendo do contexto em que e usada, pode gerar
uma atmosfera um tanto nostálgica, melancólica ou mesmo, sombria.
Ao
converter qualquer escala menor natural em uma menor harmônica, eleve a sétima
nota em um semitom. O sétimo grau torna-se sensível, apresentando uma atração
tonal, maior do que o da escala menor natural. Tal modificação dá a escala uma
sonoridade oriental, possibilitando ouvir sua influência nos acordes
meio-diminutos, e nos acordes de sétimas com nona bemol. Assim teremos:
T-S-T-T-S-T+S-S.
No
cotidiano da educação infantil brasileira, a música surge no intuito de
satisfazer a várias finalidades, segundo a concepção pedagógica que vigoraram
em nosso país no decorrer dos tempos. A linguagem musical visa à exploração do som,
o qual está presente na vida das crianças antes mesmo de seu nascimento. Já,
nos primeiros momentos da vida, a criança reconhece sons familiares, diferenciando
a voz humana de outros sons. A princípio, o contato inicial com a linguagem
musical, muitas vezes, se dá por meio das cantigas de ninar, exploração de sons
vocais e de objetos sonoros do seu cotidiano, além das mais variadas músicas
presentes no seu contexto cultural. Na educação infantil a vivência musical
acontece desde o berçário com a exploração do som em todas as suas qualidades:
timbre, intensidade, altura e duração.
Segundo
as Diretrizes Curriculares para Educação Municipal de Curitiba, pg. 15, A
compreensão dos elementos que estruturam a música e que a organiza em uma forma
musical: frases, partes iguais e contrastantes, entre outras, dá-se por meio de
brincadeiras e jogos musicais, fundamentais para a construção da percepção
sonora.
Em vista disso, o trabalho sobre escalas
maiores e menores não pode ser contemplado nessa faixa etária, pois As
atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de músicos, e
sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar a
abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a
cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser.
REFERÊNCIAS
BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil. São
Paulo: Peirópolis, 2003.
BOHUMIL, Med. Teoria da Musica. Brasília. Ed 6. Musi Med, 1996.
LUCENA, Nilo de. Apostila de
Curso de Violão Popular. Curitiba, 2011- Fundação Cultural.
LOBO, Philippe: CIFRA CLUBE. Apostila
de escalas I. Escala Pentatônica
Menor
DIRETRIZES CURRICULARES PARA
EDUCAÇÃO MUNICIPAL DE CURITIBA disponível em http://www.cidadedoconhecimento.org.br. Acesso em25/03/2013
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