Entender os parâmetros sonoros é
uma necessidade. Principalmente para a boa interpretação musical, uma vez que possibilita
o entendimento de sua escrita, e essas propriedades são utilizadas como referências
para a grafia musical. Segundo TECA (2003) falar sobre parâmetros do som não é
obviamente falar sobre música, pois tais características sonoras não são ainda
a própria música.
Os
significados da palavra música expressam
diferentes concepções, além de ser considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Porém,
segundo o Dicionário Aurélio (2009), defini-se música como a arte e ciência de
combinar os sons de modo agradável ao ouvido. Atualmente não se conhece
qualquer civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais
próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, podemos considerá-la
como uma forma de arte.
Em contrapartida,
podemos definir o som como o efeito produzido no órgão auditivo, resultante do
choque entre dois corpos. Ele possui quatro propriedades, sendo elas: duração,
intensidade, altura e timbre. A palavra intenso está relacionada à força e
vigor, sendo que na música é associada à energia empregada ao executar um som.
Ao usar a intensidade, aplica-se certa potência, mais ou menos intensa, o que
resultará em uma melodia vibrante ou suave.
Em relação
à variação de intensidade sonora, ou volume, ao
longo da música, dá-se o nome de dinâmica. Essas variações são representadas
através de signos que indicam os matizes do som, independentemente do esquema
rítmico estabelecido. Seu nível de volume pode variar de silencioso, alto e
tudo que há entre os dois.
As
primeiras indicações de dinâmica surgiram na música para alaúde, no século XVI,
sendo que no século XVII aparecem as expressões piano e forte. No século XVIII,
a escola de Mannheim adquire grande prestígio com a inovação de dinâmica, na
execução de crescendo e diminuendo. A partir de Franz Joseph Haydn, depois de Mozart e Beethoven a dinâmica enriquece e
adquire fundamental importância pelas suas graduações que exprimem um novo e
complexo universo sonoro, contendo emoções e sentimentos.
Vale a pena lembrar que existem dois estilos
de dinâmica: a natural e a artificial. Em relação a isso, MED (1996) explica que:
Dinâmica
natural é a dinâmica própria do desenvolvimento do discurso musical (fraseado,
sentido lógico). Até 1750 só existia esse tipo de dinâmica, não representada
nas partituras (música medieval, renascentista e barroca). Dinâmica artificial
é a dinâmica indicada pelo compositor como meio de expressão. Muitas vezes não
coincide com a dinâmica natural e por isso deve constar na partitura.
A
intensidade de um som depende da força impulsionadora que provoca a vibração e
do ambiente no qual é produzido: quanto maior for à amplitude das vibrações,
mais forte será seu som. Para indicar a intensidade sonora em que uma nota ou
trecho musical deve ser executado. A maioria dos compositores especifica
exatamente a que intensidade cada parte da música deve ser tocada. Para isso,
empregam símbolos especiais, chamados de sinais ou marcação de dinâmica, sob a
parte da música que querem atingir. Tomando como ponto de referência esses dois
graus de intensidade, pode-se estabelecer a seguinte escala de intensidade:
pianíssimo pp piano p; mezzo piano mp; mezzo forte mf; forte f; fortíssimo ff. Alguns compositores empregam
ainda o ppp, bem pianíssimo, e fff bem fortíssimo.
Além
desses, há outros, como o sinal crescendo, representado da seguinte maneira (
). Esse
sinal indica um aumento gradativo da força na execução de determinado segmento
musical, e diminuendo, representado por (
), que significa sua diminuição gradual.
Quanto aos sinais de acentuação, eles indicam uma variação de intensidade de
apenas uma única nota. São eles: acento
horizontal quando um sinal de maior (>) for colocado sobre uma nota,
significa que aquela nota somente terá um aumento súbito de intensidade, mas um
aumento não muito grande e acento vertical
quando um circunflexo (^) for colocado sob uma nota, ou a letra v for aplicada
sobre uma nota, significa que somente essa terá um aumento súbito de
intensidade, no entanto, será aumento considerável, maior que o do acento horizontal.
Tais signos ocorrem para indicar as variações de atmosfera durante um
andamento, possibilitando assim a inclusão de outras indicações, anotadas no
meio da partitura. Esses signos são utilizados pela maioria dos compositores e
especificam exatamente a que volume cada parte da música deve ser tocada, e devem
permanecer em um trecho até surgir outro que eliminará seu efeito. Estas e
outras indicações que surgem na partitura são mais técnicas. Quem as ouve
percebe somente seu efeito, não sendo necessária uma nomenclatura para o
ouvinte.


Quanto
aos efeitos da dinâmica, não convém permitir que a criança se habitue a bater
sempre forte. Por vezes, chegam a romper os tambores, tal é o entusiasmo de bater.
É necessário fazê-la sentir desde o início a beleza do contraste e perceber as
graduações.
Os
primeiros anos de aprendizagem são propícios para que a criança comece aprender
a ouvir sons e a reconhecer diferenças entre eles. Todo o trabalho a ser
desenvolvido na educação infantil deve buscar a brincadeira musical,
aproveitando que existe uma identificação natural da criança com a música. A
atividade deve estar muito ligada à descoberta e a criatividade.
A
metodologia, ou processo didático, consiste, neste caso, em despertar na
criança o interesse pelos sons que ouve e, por imitação, discriminá-los. São as
canções e instrumentais comumente usados em bandinhas rítmicas que desempenham
o papel musical das experiências. Desta forma a criança distingue os diversos
timbres e sons agudos, médios e graves, além de sons fortes e fracos. Ainda por
esse meio, é possível eliminar certas confusões, provenientes da aplicação
indevida de termos como som alto em lugar do som forte ou de som mais agudo.
É
fundamental notar que no ato de ouvir distinguem-se, pelo próprio valor dos
termos usados, três aspectos diferentes e que são definidos nos dicionários da
seguinte forma: Ouvir, ou seja, perceber sons pelo ouvido, ato sensorial;
escutar, relacionado a dar atenção ao que ouve, ato de interesse; entender, significando
aprender o sentido do que ouve, isto é, tomar consciência do som, ato intelectual.
As
Diretrizes Curriculares para Educação Municipal de Curitiba (2006) relatam em um de seus objetivos que devemos
explorar os elementos estruturantes do som e da música, fazendo com que a
criança reconheça as qualidades sonoras (altura, timbre, intensidade e duração) ao apreciar obras musicais, além de
manipular material sonoro diverso explorando-os. Sendo assim, as atividades
propostas são apresentar um vídeo do grupo Barbatuques (hit percussivo Tum Pá),
para a apreciação em um primeiro momento. Em seguida, propor que dancem,
esclarecendo que o Tum deve ser reproduzido com o pé, e o pá através de palmas.
Em seguida, montar uma partitura não convencional, onde eles deverão escolher
uma cor para o som mais forte e outra para o mais fraco. Também é possível
apresentar o vídeo do desenho aprendiz de feiticeiro, (da Disney), onde a
música de fundo foi composta por Paul
Dukas Abraão. Através dela é possível perceber as variações de intensidade.
REFERÊNCIAS
BOHUMIL, Med. Teoria
da Musica. Brasília. Musi Med, 1996.
BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil. São Paulo:
Peirópolis, 2003.
CORREA, Sergio Ricardo. Ouvido Consciente Arte Musical. São
Paulo: Brasil, 1973.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
Curitiba: Positivo. 2009.
LACERDA, Osvaldo. Teoria Elementar da Música. São
Paulo: Ricordi, 1961.
LAGO, Junior Sylvio. A
arte da regência: história, técnica e maestro. Rio de Janeiro: Lacerda,
2002.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO
MUNICIPAL DE CURITIBA disponível em http://www.cidadedoconhecimento.org.br. Acesso em14/04/2013.
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